terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Luta de boxe



Luta de boxe entre deputados.

Leio, estarrecido, notícia sobre mais uma galhofa do Congresso Nacional. Desta vez a questão ultrapassou os limites do razoável, aliás, a bem da verdade, em se tratando de Congresso Nacional, tais limites foram sempre suplantados nos últimos tempos.
O deputado Acelino de Freitas, do PRB da Bahia, recém eleito, desafiou o Eduardo Suplicy para uma luta de boxe. Para aquele que não se lembra Acelino de Freitas é ninguém menos do que o “Popó”, antigo campeão mundial na modalidade.
O deputado Suplicy aceitou o desafio e o combate está marcado para a próxima quinta feira, às 8h00, em Brasília. Enquanto o Popó conta com 35 anos de idade, Suplicy tem 69.
Fico pensando o que leva dois representantes do povo, ocupantes de cargos de fundamental importância para o País, a cuidar de questões tão subalternas e dispensáveis, olvidando de temas para os quais foram escolhidos a enfrentar.
Todos sabem que o Congresso Nacional não representa, com efetividade, os interesses da população brasileira. Ao contrário, preocupam-se os políticos exclusivamente com os próprios interesses.
Mas qual a razão da “luta”? Estratégia de “marketing”? Será que acreditam os envolvidos que com tal proposta angariam a simpatia do povo?
O deprimente espetáculo, representado pelo combate entre um ancião e um ex atleta de performance mundial, não sinaliza qualquer resultado aproveitável, a menos que estejam de olho em eventual bilheteria. Será que cobrarão ingressos para o espetáculo?
Não se justifica, sequer, em se tratando do senador petista, a defesa do jargão “e a luta continua”.
É absolutamente patética a iniciativa. Os anos passam, mas nossos políticos não perdem a mania de viver assim: sempre arranjando um motivo, por mais ridículo que seja, que os permita desviar as atenções sobre a absoluta inércia profissional em que vivem!

Peter Rossi

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